quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ARTIGO PARA O INFORMATIVO DA CASA LÉA PENTAGNA


“SÓ ME TEM QUEM ME MERECE...COISAS DA VIDA”

A década de 70 foi um momento de grande fertilidade musical para Rosinha de Valença.Além de inúmeros arranjos para músicas de outros artistas,nossa Rosa inicia uma série de composições suas,sendo que, a grande maioria delas, resultado de uma vivência anterior importante em nossa Valença.
A saudade e o amor por sua cidade,muitas vezes, levaram Rosinha às cordas de seu violão ou ao piano de Caetano Veloso,(por um tempo guardado por ela, em sua casa, a pedido do cantor/compositor),onde, durante horas, “inventava” lindas canções e, não menos, lindos arranjos.
Desses momentos de “banzo”, nostalgia e arte,nasceram canções como: “Usina de Prata”,”Os Grilos São Astros” e tantas outras, como “Madrinha Lua” que, felizmente, estão, cada dia mais, “na boca do povo”,sobretudo, dos valencianos.
Agora mesmo,no final do mês de julho e início do mês de agosto,uma emissora de TV importante inseriu a “Madrinha Lua”,uma das belíssimas composições da violonista, em um especial baseado na obra de Giovanni Bocaccio,“Decameron” ou “Decamerão”, na versão aportuguesada.E foi voz geral de satisfação entre os valencianos, “ligados” nas boas coisas de sua terra,quando descobriram que a canção da compositora faria parte da trilha musical.
Como é bom para nós, principalmente, fãs e amigos de Rosinha, vê-la “voltando” para o Brasil e para Valença!! É assim mesmo:vai-se o artista,fica sua obra.
No dia 25 de julho,data próxima ao dia de seu nascimento,Rosinha,de fato, foi trazida de volta à nossa Valença.Através do evento “Benzedeiras Guardiãs”,a Secretaria de Cultura e Turismo realizou uma justa homenagem à Rosa e às “benzedeiras” (homens e mulheres de nossa região),através da música que ela compôs em 1992,com Martinho da Vila,música esta que levou o prêmio Sharp da Música Popular Brasileira.Na ocasião, Martinho recebeu também em nome dela,já acamada, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro,o troféu a que fez jus.
Em 1982,quando foi homenageada em sua terra, com a inauguração do Teatro que leva seu nome,Rosinha formou um grupo de cantores e amigos valencianos para interpretar o Hino de Nossa Senhora da Glória,lindamente arranjado por ela, em seu escritório de composições. Através de uma releitura da composição de Luiz Seabra e Arnaldo Nunes, ,ela inventou uma forma diferente de homenagear sob esses cerros,vales e montes,a “nossa” Nossa Senhora.O Hino,que até então havia sido cantado e recantado apenas de forma sacra pelos católicos,através da atitude corajosa e da batuta do Maestro da Banda Progresso, Antonio Rocha,ganhou os ouvidos do povo.E foi assim, que,este ano, no dia 15 de agosto,na apresentação da Banda e do Coral XV de Agosto, após a Missa da Festa,o vigor da juventude dos meninos e meninas da Banda e as vozes maduras do Coral,trouxeram à luz a beleza do arranjo que Rosinha nos deixou.
De verdade,agora,realmente,”Rosinha voltou para Valença”, disse a professora Regina Magalhães, entusiasmada com o que ouviu na Catedral.
De verdade,realmente,”Só me tem quem me merece”,diria Rosinha, em mais uma de suas belas composições, de nome “Coisas da Vida”.
De verdade,realmente,digo eu,é preciso que Valença esteja mais presente e atenta a seus artistas,para que os mereça.
“Se alguém disser que o samba acabou,diga que se enganou,diga que se enganou”.
“Se alguém disser que a Rosa murchou,diga que se enganou,diga que se enganou...”Ao contrário,ela, mais do que nunca, renascerá, sempre, em nossos jardins,de forma mais vigorosa, perfumada,bonita e sonora do que antes foi.Só depende de nós,de todos nós!
Jocely Aparecida Macedo da Rocha- Jô -

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