sexta-feira, 16 de outubro de 2009

FERNANDA MONTENEGRO - 80 ANOS


Que mensagem você gostaria de mandar para Fernanda Montenegro no seu aniversário de 80 anos?
Páginas: 1 2
Opiniões de 1 até 50
Jocely Aparecida Macedo da Rocha - emailOpinião enviada em 16/10/2009
Clarice Lispector define você, Fernanda Montenegro: "EU SOU MANSA ,MAS MINHA FUNÇÃO DE VIVER É FEROZ" Parabéns!!!Obrasil "te" ama. Jocely.

PELO DIA DA CRIANÇA

Antes que elas cresçamHá um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.
Affonso Romano de Sant'Anna

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

TUA GLÓRIA É LUTAR



Dá-lhe imperador!!!

CALA-SE A VOZ DE TODAS AS LUTAS




Já não se ouve mais "o grito da terra",a voz de todas as lutas contra todas as formas de ditadura na América Latina.Por sua defesa dos pobres e sua luta pela liberdade,Mercedes Sosa foi considerada "a voz da maioria silenciosa".
"Obrigado Negra, pela luta e pelo canto"!!!
Gracias por tudo que me ensinou!!Muita luz em sua estrada espiritual!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PARA MEU AMIGO PILOTO





O CAÇADOR DOS VENTOS

Quando volto o olhar ao passado,contado e recontado nas histórias dos amigos,nas histórias da família e por ele mesmo muitas vezes,reconheço o menino que reinava pelo “Morro das Piteiras” soltando pipas e, pelas proibidas e traiçoeiras águas da “Passagem”: livre “menino passarinho”,com vontade, mesmo, era de voar.
Por isso deitava-se na relva com amigos e fitava o céu enxergando, nele,através de viagens sem ópios (como já foram um dia as verdadeiras viagens das crianças),estranhas figuras formadas no céu pelo imaginário de um piloto em potencial que,logo, logo,sem que ele próprio soubesse, caçaria ventos pelos céus de seu Brasil.Refastelado ali,no meio do mato,provavelmente cercado de carrapatos e grilos, adormecia e sonhava um pequeno futuro coronel do ar.
E como “todo menino é um rei”,este soldadinho, em seu reino,voava através daquelas coloridas pipas que “pilotava” pelos céus de uma cidade do interior,como se fossem os caças do futuro, através dos quais rasgaria outros difíceis e temerosos céus.Cada movimento das pipas, linha sob o comando de sua mão,eram piruetas,exibições,perigosas manobras,projetadas na imaginação de quem já sabia o que desejava na vida:voar,e voar livre, como tico-ticos,canários,sabiás e aviões de caça.Ali, aconteceram seus primeiros treinos e preparações.Ali ,tirou seu primeiro brevê de moleque.Ali, se iniciava a brilhante carreira daquele que se tornaria um profissional do ar, um grande CAÇADOR DE VENTOS.
Anos depois de tudo isso não poderia ser compreensível para nenhuma cabeça pensante,que o feliz “menino passarinho” já voador,pudesse suportar as panes que a surpresa dos ventos lhe preparou.
Na profissão de piloto o que sempre soube bastava: um avião é uma aeronave mais pesada que o ar mas que se sustenta por meios próprios.E ele apenas precisava de uma área plana e livre(como aquela dos sonhos),para alcançar a velocidade necessária para decolar, alçar voo e se sustentar no céu.Caçador que sempre foi,pilotou aviões,com toda a tranquilidade e certeza de estar,ainda,deitado, sob o céu de uma cidade do interior, caçando apenas o vento.
Pilotando a vida,como acontece com todos,pilotos e passageiros,o que sempre soube não bastou:de repente, já não havia áreas planas para as decolagens, nem sua aeronave conseguia se sustentar no céu por meios próprios.As rotas se tornaram difíceis de serem obedecidas e, plainar passou a ser a solução inteligente do piloto.Apesar de tudo,o guerreiro,treinado para combates aéreos,iniciou seu processo solitário de luta,driblando,entre decolagens e pousos perigosos e, entre arriscadas manobras,o mais forte inimigo de sua guerra pessoal: a doença que o tiraria de combate.
Para quem não sabe,um piloto de caça tem características que o tornam individualmente distinto.Primeiramente ele dá tudo de si naquilo que faz.Como oficial brilhante,foi o que fez diante da constatação de seu espaço aéreo invadido.Em sua central de comandos,checando possibilidades,lúcido e inteligente,não teve dúvida:havia recebido uma missão e a cumpriria, apesar do risco maior de ser abatido,como foi.
Hoje,há exatos sete dias que nosso menino-piloto rompeu todas as barreiras do som,nós,parentes e amigos que ficamos tantas vezes impotentes no’ hangar’ testemunhando sua luta,mesmo lamentando por sua ausência tão precoce,continuaremos,certamente, com o olhar fixo no horizonte,”lá onde é o longe”,lá, onde, para sempre,nossos corações com os olhos de criança (como ele pode ter),enxergaremos seus rastros deixados nos céus.Além da velocidade da luz,além da velocidade do som,lá, eternamente, estará ele: o moleque de Valença,nosso menino passarinho,certamente agora,mais do que nunca,ainda com muita vontade de voar.

Para meu amigo/irmão Celion Robert de Almeida Araújo,
com amor.
Jô.

Valença,28 de maio de 2009
Jocely Aparecida Macedo da Rocha.

CURRICULUM


“ CURRICULUM “

Jocely Aparecida Macedo da Rocha – Jô – é natural de Valença.
É oriunda de uma família de músicos:tio avô,tios,mãe,primos,irmão e sobrinhos.

Começou a estudar violão aos 13 anos com o Professor Humberto Senra,violonista e compositor valenciano.

Fez o curso primário no Colégio Estadual José Fonseca e Curso Ginasial e Magistério na Escola Normal Sagrado Coração de Jesus.
Cursou a Faculdade de Ciências Sociais em Valença.
Começou a vida profissional aos 18 anos, como professora,na zona rural de Vassouras,Barra do Pirai e Valença.
Lecionou para primeiro e segundo grau durante 10 anos, sendo os dois últimos anos como professora de música nos Colégios José Fonseca e Benjamim Guimarães.

Participou como compositora e intérprete, de vários Festivais da Canção em Valença,Conservatória e arredores,sempre bem classificada.

Em 1976 foi para o Rio de Janeiro onde cursou “Teoria Musical” no “Conservatório Brasileiro de Música”,violão com Rosinha de Valença e extensão em Ciências Sociais/Metodologia e Técnica de Pesquisa na “Pontifícia Universidade Católica”- PUC/RJ.
No Rio de Janeiro ministrou aulas de violão para principiantes e trabalhou como Socióloga na Diretoria Nacional e Estadual da “ – LBA – “Legião Brasileira de Assistência”,órgão federal do Ministério da Previdência,onde se aposentou em 1995 aos 45 anos.
Na LBA desenvolveu diversos trabalhos na área social, inclusive integrando uma equipe interdisciplinar de Treinamentos para Supervisores de Creches, em todos os Estados Brasileiros.
Ainda na LBA foi Coordenadora da “Creche de Filhos de Servidores” do órgão e desempenhou a função de “Gerente Regional” do Vale do Paraíba.

Jô é cantora, compositora, parceira de Rosinha de Valença,cronista e poetisa.

Há três anos escreve e apresenta na Rádio Cultura AM de Valença o Programa “Bate Papo Na Cultura”, aos sábados das 10 às 12 horas.

Atualmente tem uma coluna no Informativo da “Casa de Cultura Lea Pentagna” e desenvolve um Projeto/Livro de Biografia de Rosinha de Valença.

Este ano foi convidada pelo novo governo municipal, para assumir o cargo de “Coordenadora de Artes” na Secretaria de Cultura de Valença onde permaneceu por 9 meses.Solicitou exoneração por motivos particulares.

P'RA VER A BANDA PASSAR


A Sociedade Musical Progresso de Valença,foi fundada dois dias antes do dia dedicado à Santa Cecília.Tudo começou em 20 de novembro de 1929,há exatos 80 anos atrás.Teve como fundadores os valencianos José Corrêa Armond,João José Cosate.Cristóvão Barbosa Giesta Júnior,Dário de Sá Guimarães e Antonio Corrêa Tavares.Na época recebeu o nome de “Banda Infantil Progresso de Valença”,sendo composta por garotos músicos,produtos do Maestro Alfredo Moreira Barbosa.
De 1929 até hoje,no ano de 2009,a nossa também chamada simplesmente de “Banda Progresso”,vem lutando bravamente por sua sobrevivência através dos Maestros e músicos componentes.
Desde 1998,com apenas 17 anos,o músico flautista, Antonio Carlos de Sant’Anna da Rocha,assumiu com maestria a batuta deste grupo musical,tornando-se,na história da Banda,o seu mais novo Maestro.A competência de Antonio Rocha revitalizando a Sociedade sem desrespeitar o espaço conquistado pelos mais antigos componentes e enxertando em seu corpo musical,um percentual significativo de jovens,compôs,na verdadeira acepção da palavra,uma série de “dobrados” e “marchas” em direção ao futuro.
Hoje,11 anos após,podemos constatar a presença,em nosso Município,de uma corporação musical que,apesar de inúmeras dificuldades,continua sua marcha afinada com o progresso cultural/musical a que se propõe.
Atualmente,o novo quadro musical,é composto por alunos preparados exclusivamente, pelo Maestro na Escola de Música que funciona na Sede Social.
Fruto de uma tradição musical que vem dos tempos remotos do Brasil colônia,as Bandas de Música têm sido um rico celeiro de maestros,músicos e gêneros musicais.Durante três séculos de sua história,o Brasil inteiro parava para ver a banda passar,trazendo alegria e música para todos.

PARA MEU AMIGO LUIZ CARLOS M. NOGUEIRA


“ NOS BRAÇOS DA CIDADE GRANDE “

Parei o tempo e fiquei nos espiando pela fresta dos anos.Nós éramos dois jovens azuis: por dentro e por fora.Não fizemos parte da paisagem.Nós éramos a paisagem.A Baía de Guanabara nos dava de beber e o céu da cidade maravilhosa nos protegia em nossas inocentes e ingênuas posturas de “caipiras” de uma linda cidade do interior...
Estivemos, no abraço,no meio da cidade grande,no topo da cidade grande,nos braços da cidade grande.Éramos felizes e sabíamos disso.Tudo certo como dois e dois são dois dois,doidos varridos,amantes, porém, individualizados em seus próprios amores.
Gosto de nos espiar assim, depois de tantos anos de viagens por este Planeta que ainda nos acolhe.E de sabermos, hoje,vivendo ainda juntos,os mistérios da amizade.Para sempre nos eternizamos, além da foto.Estivemos,estamos e estaremos juntos, por muitos anos-luz como quando éramos aqueles dois jovens azuis...
De: Jô
Para: Luiz Carlos Em 29/12/2008

ARTIGO PARA O INFORMATIVO DA CASA LÉA PENTAGNA



ARTIGO PARA O INFORMATIVO CASA LÉA

“ S.O.S. TEATRO ROSINHA DE VALENÇA”

CAMPANHA: “VAMOS SALVAR O NOSSO TEATRO”


No dia 27 de março, comemoramos o Dia Mundial do Teatro.Este dia foi criado em 1961,pelo Instituto Internacional do Teatro – ITI,data da inauguração do Teatro das Nações em Paris.
O Teatro é considerado a mãe de todas as outras artes.Fonte de libertação,consciência crítica e formadora de opinião,exerce uma grande influência na formação de todos os povos do Mundo e é, através dele, que é possível estudar o comportamento humano e as novas condutas culturais.É o espaço onde se pode analisar novas ideologias, além da realização das práticas teatrais.
O Teatro é uma arte que nasceu do rito, seja ele religioso,fúnebre,festivo,civil ou de guerra.Assim é que, desde os povos primitivos, o homem exprime seus estados emocionais e dramatiza situações relacionadas à sua luta contra o destino,as forças da natureza,o sexo,a vingança etc.Dessa forma, vemos que o Teatro originou-se nas danças ritualísticas das sociedades primitivas, florescendo em diversas partes do Mundo como Grécia,Índia,Egito e China.
No Brasil, surgiu com os jesuítas no século XVI,como um instrumento pedagógico,tendo como motivo a propagação da fé religiosa através da catequização dos indígenas e visando a integração entre portugueses,índios e espanhóis.A tradição teatral jesuítica, encontrou no gosto dos índios pela dança e pelo canto um solo fértil, e os religiosos passaram a se valer dos hábitos e costumes dos silvícolas(máscaras,plumas,instrumentos musicais primitivos)para suas produções com finalidades catequéticas. Entretanto,somente com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1822 é que o Teatro obteve o progresso merecido.Já em decreto em 28 de maio de 1810,D.João VI reconhecia a necessidade da construção de “teatros decentes”.E é de decência que estamos necessitando em relação ao nosso Teatro Rosinha de Valença.Faz-se necessário que juntemos as forças:autoridades,grupos teatrais,artistas de modo geral,empresários,promotores culturais,educadores, ,meios de comunicação e comunidade valenciana, para tentarmos equacionar a situação de “caos” em que deixaram esta casa de cultura.
O amor à Valença,o respeito e amizade à artista Rosinha de Valença,aliados à possibilidade concreta de poder contribuir com a preservação de nossa cultura e espaços culturais,nos conduziu a um registro documental da situação deste espaço inaugurado em 1982 e que,hoje,após vinte e sete anos de existência,permanece abandonado como um barco à deriva.
Mas...”Navegar é preciso” já nos afirmava o poeta português e é neste mar bravio, que iniciamos neste dia 27 de março,Dia Mundial do Teatro,uma viagem onde a busca de parceiros será nosso leme e a revitalização do “Rosinha” será nosso porto de chegada.
Sensibilizada e consciente de seu dever,a Prefeitura Municipal na pessoa do Exmo. Sr Prefeito Vicente Guedes e da Secretária de Cultura e Turismo Sra Daniele Luzie Dantas Mazzeo, já iniciaram os primeiros passos em direção a este porto.
Resta-nos e às futuras gerações,manter vivas as raízes de nossa cultura e a preservação de nossos espaços culturais.É preciso buscar rumos,recriar,transformar,respeitar,conservar,preservar.Acreditamos na união de forças para que,juntos,atuemos como transformadores em nosso município,neste espaço “ONDE SE FAZ ARTE”.Porque,como nos diz, tão sabiamente, o grande diretor e dramaturgo brasileiro,Augusto Boal,nomeado embaixador mundial do Teatro pela UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação,Ciência e Cultura),”ATORES,SOMOS TODOS NÓS,E CIDADÃO NÃO É AQUELE QUE VIVE EM SOCIEDADE: É AQUELE QUE A TRANSFORMA”.
Jocely A. Macedo da Rocha
Socióloga/Artista Valenciana/Coordenadora
De Artes da Secretaria de Cultura e Turismo/
SECTUR.


“VALÊNCIA,VALENCIÂNIA,VALENCIANÁPOLIS,VALENÇA DO SUL...MARQÛES DE VALENÇA,VALENÇA.”

Em 1 de janeiro de 1944,três anos após o nascimento da cidadã MARIA ROSA CANELLAS,o município de Valença,com este nome desde sua fundação,passou a denominar-se Marquês de Valença.Por força de um Decreto do então Presidente Getúlio Vargas,a partir do ano de 1941,não poderiam existir cidades no País com o mesmo nome,os chamados topônimos.Caso isso viesse a ocorrer,apenas uma permaneceria com o mesmo nome,no caso,a mais antiga.Como já existia a cidade de Valença, no Piauí,fez-se necessária a escolha de uma nova denominação para nossa Terra.Foi assim que,através de um conclave presidido pelo, então prefeito, Dr Oswaldo da Cunha Fonseca, surgiram diversas sugestões de nomes para nossa cidade.Por pouco, deixamos de ter, em nossos documentos de identidade, um dos seguintes nomes de identificação de origem, sugeridos nesse dia: Valência,Valenciânia,Valencianápolis,Valença do Sul....etc.Na verdade,o conclave chegou a optar por “Valenciânia” mas,em 28 de novembro de 1943,o “Jornal de Valença”, considerando sem expressão o nome “Valenciânia”,iniciou forte campanha em favor de outro: “Marquês de Valença.” Na ocasião,para manter a tradição do nome “Valença”, nossos antepassados resolveram que a melhor forma, seria homenagear o vice-rei D.Fernando José de Portugal e Castro,descendente dos Marqueses de Valença, na cidade do mesmo nome, em Portugal e, a nossa cidade, passou a ser denominada “Marquês de Valença.”
Na década de 60, a mesma cidadã MARIA ROSA CANELLAS,iniciava, no Rio de Janeiro,sua vida profissional.Exatamente nesta ocasião,nossa cidade voltava a seu nome primitivo:”Valença.”
Fico imaginando,não fossem esses episódios de idas e vindas,de nomes que vão e voltam,de que maneira o jornalista Sérgio Porto,nosso “Stanislaw Ponte Preta”,conseguiria chamar a “moça que tocava por uma cidade inteira”. Seria “ Rosinha de Valência “, ou “ Rosinha de Valenciânia “,ou “ Rosinha de Valencianópolis “,ou “ Rosinha de Valença do Sul “???? Conjecturas....De qualquer forma,seja como for,ela será, como é,a nossa eterna Rosinha e,felizmente,”Rosinha de Valença.”E é a história dela que,agora,vamos contar:
“Era uma vez” na “Valença” que virou “Valença” e que não é a do Piauí nem a da Bahia,cidade do Estado do Rio de Janeiro, cercada de serras,vales e montes, a filha de um operário Ernane Canellas e de uma costureira,Heloísa de Souza Canellas,neta de um português da Ilha da Madeira e bisneta de uma índia. E, em 30 de julho de 1941,”era uma vez” que, nesta cidade,nascia Maria Rosa Canellas,a moça que, um dia, iria tocar por uma cidade inteira.

O FLAUTISTA ANTONIO ROCHA


- R E L E A S E -


Antonio Carlos de Sant’Anna da Rocha,ANTONIO ROCHA,é natural da cidade de Valença,E. do Rio de Janeiro,onde nasceu em 16 de abril de 1981.É filho do economista e músico Carlos Roberto Macedo da Rocha e da Pedagoga Adriana Glória de Sant’Anna da Rocha.
Autodidata,e nascido em uma família de músicos,(avô materno,pai,tia e tios avós maternos, iniciou seus estudos de teoria musical aos 8 anos,em sua cidade,com o Professor e Violinista, José Carlos Teixeira.A seguir,faz curso completo de Teoria Musical com o Maestro,Professo , e Violinista Eugênio Graça da Orquestra Sinfônica Nacional e Curso de Flauta com o Maestro Marcelo Bomfim no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Aos 15 anos,em 1996,já tocando flauta, durante a noite, tem um sonho e,ao acordar,caminha até a sede e solicita ingresso na “Sociedade Musical Progresso de Valença”,a “Banda de Música” de sua cidade,como flautista (flauta transversa).Por sua atuação de destaque,apenas dois anos depois,assume o posto de Mestre (Maestro) da “Banda” e passa a ser,com apenas 17 anos,o mais novo Maestro da história desta Sociedade Musical.Hoje,aos 27 anos,Antonio Rocha completa 12 anos como membro e 10 anos como Maestro da “Banda”.Contando com o quadro de poucos veteranos que permaneceram,já que a maioria por motivos de idade,havia saído ,Antonio Rocha assumiu um desafio e conseguiu,nestes anos,como líder e elemento catalizador,conquistar vários jovens da cidade trazendo-os para a Banda que,não fosse sua coragem e amor,teria sido extinta.
Como Maestro,Compositor,Arranjador e Professor auto-didata dos adolescentes,desenvolveu um método prático de ensino da teoria musical, o que leva os novos membros a um aprendizado rápido e eficaz da música e dos instrumentos que utilizam.É também de sua responsabilidade, todos os arranjos musicais das peças executadas pelo grupo de músicos,sendo muitas delas de sua autoria.
Como instrumentista, integra vários grupos de Choro de sua região,a saber: “Amigos do Choro”,em Valença,fundado em 1997,por ocasião da passagem do centenário de Pixinguinha,onde participa também seu pai, com o cavaquinho,” Chorinho da Serra “ da cidade de Barra do Pirai,”/RJ, Chão de Estrêlas “ do Distrito de Valença,Conservatória e “ Caindo no Choro “ da cidade de Vassouras/RJ.
Em 1997 foi um dos membros fundadores do grupo musical “Camerata Valenciana”,do qual participou enquanto o grupo existiu em Valença.
Em 1997,com apenas 16 anos,foi finalista do “Concurso Terceiro Prêmio Veril Para Jovens” na cidade de S.Paulo/SP, integrando o grupo dos dez melhores flautistas entre 15 e 25 anos de idade e,no mesmo ano,participou do “Festival Internacional de Flautistas” no Rio de Janeiro,onde conheceu músicos renomados,de várias partes do mundo.
Aos 17 anos, assume como maestro e regente o “ Coral XV de Agosto “ de Valença/RJ e assume a função de Organista da “Catedral de N. Sra da Glória” também em Valença/RJ.
Aos 19 anos,no ano de 2000,formou uma “Banda” de jovens e um Coral da Terceira Idade no Município de Rio das Flores/RJ.No mesmo ano assume,como Maestro Regente,o “Coral Padre Sebastião Pereira”,no mesmo Município.

Integrou por um ano,de 2001 a 2002,aos 20 anos,a “Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem” OSBJ/RJ,como segundo flautista,tendo participado de várias apresentações da mesma.
Tendo como mestre e modelo o flautista Altamiro Carrilho,considera-se um músico eclético, passeando pelo clássico e popular com bom gosto e tranqüilidade.De Altamiro Carrilho recebeu o grande reconhecimento e homenagem, quando, ele, o maior flautista desse País, afirmou ser, Antonio Rocha,o músico a ter o sopro mais parecido com o dele.
No ano de 2004,aos 23 anos,foi convidado a lecionar flauta na “Escola Portátil de Música” na UNI-RIO/Rio de Janeiro,onde trabalha ainda hoje,ao lado de grandes músicos, entre eles Maurício Carrilho(sobrinho de Altamiro Carrilho),Cristóvão Bastos,Luciana Rabello,Álvaro Carrilho(irmão de Altamiro Carrilho),Pedro Paes e outros.A Escola Portátil é um programa de educação musical voltado para a capacitação e a profissionalização de músicos,através da linguagem do Choro.
Em 2005 participa como flautista,da homenagem ao Maestro Radamés Gnattali no Rio de Janeiro e no Município de Petrópolis/RJ.
Em 2006 é fundador e integrante do “Quinteto Valenciano”.

Em 2006 participa,juntamente com Altamiro Carrilho e outros flautistas, do filme “Vivo Em La Flauta” do Diretor Marcos Souza.
Em 2006,com 25 anos,participa no SESC/SP, de show e gravação de vídeo (DVD),em homenagem ao poeta Hermínio Bello de Carvalho,na cidade de S. Paulo.
Em 2006 participa de show no “Festival de Música de Itajaí”/Santa Catarina.
Em 2007,é convidado a integrar no Rio de Janeiro, o Grupo de Choro, “ Época de Ouro “,fundado pelo músico e compositor “Jacob do Bandolim”,passando a ser, com 26 anos, ao lado de Bruno Rian,um dos mais jovens integrantes do Conjunto.No conjunto em questão, participa como solista de flauta e flautim.
Em 2007 participa como flautista,do programa da TV Cultura,sobre Altamiro Carrilho,em S. Paulo/SP.
Em 2007,convidado pela Prefeito Municipal de Valença,Dr, Fábio Vieira, passa a ser responsável pelo novo arranjo e regência do “Hino Valenciano”, em comemoração aos 150 anos de sua cidade.
Em 22 de julho de 2007, apresenta-se como músico e regente da “Banda Furiosa Portátil” da Escola Portátil de Música/RJ, formada por alunos e professores,participando da programação cultural da “ Vila Olímpica do Pan.”
Em 2008,de fevereiro a abril,viaja com o Conjunto “ Época de Ouro” por cinco Estados do Brasil ( Paraná,Brasília,S.Paulo,Salvador e Rio de Janeiro ) realizando shows em homenagem aos 90 anos do fundador do conjunto “Jacob do Bandolim”.Em Brasília,no dia 13 de março, recebe de “ A Brasília Super Rádio FM “,um certificado “por sua magnífica apresentação” no Programa “Um Piano Ao Cair da Noite”.Em S.Paulo,após apresentação junto ao “Época de Ouro”,é homenageado pelo “Jornal A Folha de S. Paulo “, que faz a seguinte afirmativa: “Antonio Rocha,o músico que faz a flauta chorar “.
De 2006 a 2008,participa como professor e solista, de três Festivais Nacionais de Choro nas cidades de Mendes/RJ e S.Pedro/SP,organizados pela Escola Portátil de Música,em homenagem aos músicos: Radamés Gnattali,Anacleto de Medeiros e Canhoto da Paraíba,respectivamente.
Em 13 de maio de 2008, participa, no Museu de Arte Moderna/RJ, da homenagem a Altamiro Carrilho e do lançamento de sua Caixa de Cds.
Em 2007,cria,juntamente com seu pai,irmão e integrantes da “Banda” o Conjunto “ Rancho Carnavalesco Progresso “.
Em 2008,atua como flautista e regente convidado,no Grupo “ Violinos Mágicos “de Murilo Loures no Rio de Janeiro.
Em 2008 integra o “Grupo Flor do Sereno” no Rio de Janeiro.



PRODUÇÃO MUSICAL:

- Missa de N. Sra da Glória em 2006
- Missa a Santa Cecília em 2005
- Músicas para a “Sociedade Musical Progresso de Valença”:
. “Dobrado Padre Sebastião Pereira”
.”Dobrado Custódio Clemente de Souza Pinto”
.”Dobrado Paulo de Tarso”
.”Dobrado Carlos Roberto Macedo da Rocha” em homenagem a seu pai.
.”Dobrado Manoel Pinto “ em homenagem ao ex-integrante da “Banda”,já falecido.
- Composição de cerca de cem Choros e Valsas,entre eles:”Memórias”e “Flor de Laranjeira” e da Marcha Rancho “De Vovó para Vovô” em parceria com sua Tia Jô.

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:

- Gravação da Caixa de CD “Choro Carioca” organizado por Maurício Carrilho no Rio de Janeiro/RJ em 2006
- Gravação do CD do cantor Aguinaldo Rayol no Rio de Janeiro/RJ em 2006
- Participação na gravação do bandolinista Déo Rian no Rio de Janeiro/RJ
- Participação na gravação do CD “ José Pinheiro Canta Para o Brasil” /Rio de Janeiro/RJ
- Gravação do “Hino de Valença” como flautista,arranjador e Diretor Musical.
- Gravação em duas faixas do CD “Choro Music” lançando álbuns de Música Brasileira com Playback.
- Gravação do CD e DVD de Hermínio Bello de Carvalho,juntamente com o poeta e as cantoras Simone,Zezé Gonzaga e Zélia Duncan


Valença,05/06/2008.

TEXTO PARA O INFORMATIVO DA CASA LÉA

TEXTO ESCRITO NO FINAL DE 2008

“TRANSFORMAÇÃO NÃO É DESTINO, É POSSIBILIDADE.”


Nestes tempos que antecedem as campanhas eleitorais e as próprias eleições, quando surgem promessas, propostas, inverdades e premissas verdadeiras,tempos em que a população, alvo do trabalho social ( famílias,associações de moradores,escolas,artistas,idosos,trabalhadores,desempregados etc ),é citada com constância e veemência, faz-se mister uma reflexão sobre a premente consciência crítica que deve permear a nossa postura, enquanto cidadãos eleitores.
Inicialmente,é necessário que tenhamos, em mente,que,em contrapartida aos raros verdadeiros políticos,existem,ainda,aqueles que fazem questão de reforçar a mesmice,o assistencialismo,o protecionismo e a não mudança de visão daquilo que deve ser entendido e praticado como atendimento social, onde o homem é trabalhado, enquanto indivíduo portador de problemas,ao invés de ser trabalhado na sua dimensão de coletividade.
Muitas vezes,o caráter de filantropia,impresso nas políticas sociais,impede que a população exija,de forma organizada,a garantia de seus direitos.E esse caráter de benesse, contido nessa forma de política social,passa para a população,mais a característica de uma atuação de face humanitária do governante,do que,efetivamente,de atendimento a um direito que lhe é devido.
Na verdade,só podemos avançar politicamente,através da força dos sujeitos coletivos e da força comunitária,pois é o homem ,enquanto ser social, o único protagonista de sua história.Com certeza,as formas coletivas de estratégias de sobrevivência e as formas solidárias,a partir dos movimentos sociais, organizados pela população,têm nos mostrado que o avanço em direção à cidadania ocorre, quando as classes populares resolvem seus problemas em conjunto e organizadamente, sem permitir a instalação de vínculos de dependência,rompendo com a benemerência dos governantes e buscando respostas efetivas às necessidades, não de um,mas,de todos.

Acredito, que, não só pela técnica, mas,sobretudo por uma séria leitura política da realidade,povo, governos e governantes, deverão trabalhar, juntos, na linha de “práxis”,ou seja,desenvolvendo ações que transcendam as aparentes necessidades individuais e que, contemplem a força dos sujeitos coletivos e seus coletivos projetos,oportunizando,assim,possíveis e significativas remodelações na realidade social.

Valença,junho de 2008.
Jocely A. Macedo da Rocha – Jô –
( Socióloga)

UMA HOMENAGEM IMPORTANTE

Neste momento em que nós,valencianos,comemoramos os 150 anos de nossa cidade e,às vésperas da comemoração do dia dedicado aos mestres,volto meu olhar ao passado e às pessoas que,hoje,idosas ou já ausentes,participaram efetivamente do crescimento deste município.Entre elas está a professora MARIA GOMES RIBEIRO – mestra de tantos nós.E é à ela que faço,nesta edição,minha justa homenagem, reeditando um texto repleto de amor que escrevi há exatamente dez anos,no Rio de Janeiro,em 16 de outubro de 2006,dias após o seu prematuro falecimento.
À bênção MARIA GOMES,guerreira armada com as armas da fé na educação de nossa juventude,inclusive aquela da qual fiz parte um dia.

“ `A MESTRA COM CARINHO “

Nós costumávamos nos sentar nos bares,onde mal cabiam os desejos ocultos de cada um de nós.
Nós costumávamos nos entregar à noite,e à ela entregávamos os desejos escondidos de cada um de nós,amantes da madrugada...
Nos costumávamos ganhar as ruas,as praças,o céu e o “ilimite” de sermos jovens,quando,debaixo dos caracóis de nossos cabelos,já existiam cabeças pensantes e ávidas por novas mensagens.
Nós costumávamos estar abertos,receptivos,alegres,etílicos,mas envoltos numa seriedade difícil de entender pelos “ditos sóbrios”.
Debaixo de todas essas pseudo-irresponsabilidades da juventude,cada um de nós sempre carregou,dentro e fora de si,,um “velho” e responsável espírito pensante.
Era bom ser assim porque,na aparente alienação,éramos mais sérios do que sérios seriam os homens do poder se pudessem usufruir,como nós,dos bares,onde mal cabiam os desejos ocultos de todos nós –pretensos do amanhã, nascidos “há dez mil anos atrás”...
Era bom ser assim,porque,nas aparentes negativas,o espírito formado em criticidade,nos exigia,além do violão,além das noitadas e de todos os ares etílicos.
Dessa forma,o ensinado e o assimilado nos ajudava,no doloroso mistério de crescer.
Hoje,fico a me perguntar: quantas pessoas foram responsáveis por esse “ espírito de ser” ?!!Fico pensando,ainda,quantas pessoas ausentes, eram levadas,por nós,às mesas daqueles bares!!!Quantos pedaços questionadores de nós,se faziam presentes?!!Porque,além de nossa sede,existiram,antes,as fontes que nos deram de beber...
Hoje,lembro,especificamente,de MARIA.Quem bebeu em suas fontes,vai entender porque escolho MARIA.A querida “DONA MARIA GOMES” que nos deixou,tão recentemente,nessa desagradável armadilha que me parou a respiração e me fez,em segundos,repassar a vida e compreender que,mais uma parte de minha estória,está indo embora.E,tudo isso,é de uma solidão tão grande,que,talvez,só os iniciados ou aqueles que se sentaram àquela época nos bares comigo,possam dimensionar.
Preciso,hoje,falar dessa MARIA,antes que o tempo passe e esconda o melhor dela: aquilo que ela foi em postura que ensinou.
MARIA não me disse o que era certo ou errado – MARIA me ajudou a aprender a discernir... E não é esse o papel do educador?!!!
A penúltima vez que estive com ela,lá,em Valença,cantamos,juntas,uma de suas composições.Vocês sabiam que ela também fazia música? - ...” Quando você vem que alegria,
A véspera já é felicidade.
Quando você chega,meio à alegria,
Já começa a saudade.... “
A última vez,três dias antes dela nos deixar,apenas nos demos “adeus” – mãos abanadas e sorrisos cúmplices,tudo no ar...
Para quem não sabe,MARIA foi minha amiga e isso basta!!Foi,também,minha professora,orientadora,minha educadora!!Atravessou gerações (anos depois de mim,cuidou de meus sobrinhos), porque não se perdeu no tempo.Ao contrário,ganhou-se!MARIA ganhou-se!!Brigou,bravamente,frente a quatro pontes de safena.Não recuou.Atravessou as quatro,corajosamente...Mas,a morte a espreitava,à beira do riacho,sutil.Não houve jeito,ela se foi.Como diria o “Titi” (poeta, também de Valença), “morte é o limite do tempo do homem durar;tempo é o caminho da morte chegar.”
MARIA,que os bons ventos a conduzam e que estes mesmos ventos,bons,alísios,com certeza,sempre a soprem nos quintais de nossos corações!!!
Bom dia MARIA!!!!!

Jocely Aparecida Macedo da Rocha – Jô-

REFLEXÕES

“Deus permita”... Peguei-me, meio que distraída, refletindo sobre esta frase tão automaticamente usada,tantas e tantas vezes.É que eu estava mesmo a dizê-la, em função de um desejo que verbalizei e que gostaria, muito, que se realizasse.
Na verdade, esta frase,este dizer,este pedido,é muito maior do que sabe ‘a nossa vã filosofia” teísta.Porque as coisas só acontecem, de verdade,se Deus permitir que elas aconteçam.Não adianta eu dizer que vou até a esquina ou que vou até Paris.É preciso que Deus permita que eu vá até a esquina ou mesmo até Paris.Porque é Ele quem controla, é Ele quem está no comando e as chaves das possibilidades e realizações estão em suas mãos.Mesmo que a gente faça a nossa parte no trato dos desejos,na hora “agá”, é Ele quem vai decidir, apesar de nós,a concretização das coisas pelas quais lutamos para que aconteçam.E,então,a frase a ser dita é esta mesmo:”Deus permita”.
Quando esperamos a permissão de Deus,isto nos humaniza,nos torna mais humildes,menos pretensiosos,menos poderosos,menos prepotentes.”Deus permita” nos coloca no lugar certo no qual deveríamos sempre estar: nas mãos desse “Pai.”Porque,a verdade é essa: se Ele decidir não permitir, não tem nada, nem ninguém que vai dar um jeitinho para que as coisas se consumam como desejamos.Não tem negociação.Queiramos ou não, Ele está no leme,na direção.Portanto,esta deveria ser a grande oração da fé: ” DEUS PERMITA”.Creio que o mais é desnecessário.E não dizem que está escrito que não cai uma folha de uma árvore, sem que Deus autorize,sem que Deus permita????
Pois é. Espanta-me, também, a permissão que hoje estou recebendo de dizer todas essas coisas.Por que eu?Por que acontecer essa reflexão?Logo comigo que,pragmática,tantas vezes,duvidei da existência dessa energia maior e, tantas vezes, afirmei que só a ação humana inteligente resolve todos os problemas.Logo comigo,pernóstica agnóstica, que, sempre, entendi a existência de Deus ou não, como um mistério insolúvel.Quem sabe a poesia de Caetano Veloso tenha me convencido de que o “mistério sempre há de pintar por aí e, e de que “se eu sou algo incompreensível,meu Deus é mais”.Ou talvez,quem sabe, eu esteja começando a ficar mais esperta,mais maleável,mais perto da morte,mais energeticamente ligada a esse “mandão” que faz o que quer conosco e a quem,queiramos ou não,devemos obediência e respeito.Porque,até quando discordamos ou duvidamos dele, é porque Ele assim o permitiu.
É quase outro dia e eu estou aqui,diante do computador,caindo de sono,mas sem conseguir não dizer o que há para ser dito.E também só estou aqui, porque recebi permissão para estar.E vai por ai......
E,agora, nem sei bem porquê, me lembro da canção de Suely Costa e Cacaso.Talvez porque me sinta assustada e repleta de luz nessa madrugada fria.Talvez porque,no fundo de mim, eu saiba que “Quem me vê assim cantando,não sabe nada de mim.É que,dentro de mim,mora um anjo que é meu lado de dentro enquanto eu, sou o seu lado de fora.” Será?????Deus permita.


Valença,inverno de 2008. Jô.

ARTIGO PARA O INFORMATIVO DA CASA LÉA PENTAGNA


“SÓ ME TEM QUEM ME MERECE...COISAS DA VIDA”

A década de 70 foi um momento de grande fertilidade musical para Rosinha de Valença.Além de inúmeros arranjos para músicas de outros artistas,nossa Rosa inicia uma série de composições suas,sendo que, a grande maioria delas, resultado de uma vivência anterior importante em nossa Valença.
A saudade e o amor por sua cidade,muitas vezes, levaram Rosinha às cordas de seu violão ou ao piano de Caetano Veloso,(por um tempo guardado por ela, em sua casa, a pedido do cantor/compositor),onde, durante horas, “inventava” lindas canções e, não menos, lindos arranjos.
Desses momentos de “banzo”, nostalgia e arte,nasceram canções como: “Usina de Prata”,”Os Grilos São Astros” e tantas outras, como “Madrinha Lua” que, felizmente, estão, cada dia mais, “na boca do povo”,sobretudo, dos valencianos.
Agora mesmo,no final do mês de julho e início do mês de agosto,uma emissora de TV importante inseriu a “Madrinha Lua”,uma das belíssimas composições da violonista, em um especial baseado na obra de Giovanni Bocaccio,“Decameron” ou “Decamerão”, na versão aportuguesada.E foi voz geral de satisfação entre os valencianos, “ligados” nas boas coisas de sua terra,quando descobriram que a canção da compositora faria parte da trilha musical.
Como é bom para nós, principalmente, fãs e amigos de Rosinha, vê-la “voltando” para o Brasil e para Valença!! É assim mesmo:vai-se o artista,fica sua obra.
No dia 25 de julho,data próxima ao dia de seu nascimento,Rosinha,de fato, foi trazida de volta à nossa Valença.Através do evento “Benzedeiras Guardiãs”,a Secretaria de Cultura e Turismo realizou uma justa homenagem à Rosa e às “benzedeiras” (homens e mulheres de nossa região),através da música que ela compôs em 1992,com Martinho da Vila,música esta que levou o prêmio Sharp da Música Popular Brasileira.Na ocasião, Martinho recebeu também em nome dela,já acamada, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro,o troféu a que fez jus.
Em 1982,quando foi homenageada em sua terra, com a inauguração do Teatro que leva seu nome,Rosinha formou um grupo de cantores e amigos valencianos para interpretar o Hino de Nossa Senhora da Glória,lindamente arranjado por ela, em seu escritório de composições. Através de uma releitura da composição de Luiz Seabra e Arnaldo Nunes, ,ela inventou uma forma diferente de homenagear sob esses cerros,vales e montes,a “nossa” Nossa Senhora.O Hino,que até então havia sido cantado e recantado apenas de forma sacra pelos católicos,através da atitude corajosa e da batuta do Maestro da Banda Progresso, Antonio Rocha,ganhou os ouvidos do povo.E foi assim, que,este ano, no dia 15 de agosto,na apresentação da Banda e do Coral XV de Agosto, após a Missa da Festa,o vigor da juventude dos meninos e meninas da Banda e as vozes maduras do Coral,trouxeram à luz a beleza do arranjo que Rosinha nos deixou.
De verdade,agora,realmente,”Rosinha voltou para Valença”, disse a professora Regina Magalhães, entusiasmada com o que ouviu na Catedral.
De verdade,realmente,”Só me tem quem me merece”,diria Rosinha, em mais uma de suas belas composições, de nome “Coisas da Vida”.
De verdade,realmente,digo eu,é preciso que Valença esteja mais presente e atenta a seus artistas,para que os mereça.
“Se alguém disser que o samba acabou,diga que se enganou,diga que se enganou”.
“Se alguém disser que a Rosa murchou,diga que se enganou,diga que se enganou...”Ao contrário,ela, mais do que nunca, renascerá, sempre, em nossos jardins,de forma mais vigorosa, perfumada,bonita e sonora do que antes foi.Só depende de nós,de todos nós!
Jocely Aparecida Macedo da Rocha- Jô -